A discriminação e o preconceito com a capoeira angola

No Brasil-Colônia, este nome foi também dado ao “Jogo de Angola” que aparecia nas fazendas e cidades, desde que aqui foram trazidos escravizados os primeiros grupos de africanos de origem banto.

A Capoeira praticada nas senzalas, ruas e quilombos foi vista como uma ameaça pelos governantes, que assim estabeleceram, em 1821, medidas de repressão à capoeiragem, incluindo castigos físicos e prisão.

As medidas policiais contra a Capoeira só deixaram de vigorar a partir da década de 1930, mas isto não significou que fosse plenamente aceita e que seus praticantes tivessem a simpatia da sociedade brasileira.

O “Jogo de Angola” não foi aceito como uma forma de expressão corporal de indivíduos e grupos, em sua maioria africanos e afro-descendentes, organizados, pensantes e vigorosos. Foi transformado em folclore, com diminuição de seu significado grupal para os participantes, e depois em esporte ou arte marcial. Mas a forma não-esportiva da Capoeira também permaneceu, ligada a grupos de Capoeira Angola.

Assim, dois ramos da Capoeira surgiram na década de 1940 e se distinguiram mais efetivamente a partir dos anos 70. Ocorreu, por um lado, a organização da capoeira esportiva (Capoeira Regional) como arte marcial, e, por outro lado, a mobilização de grupos de resistência cultural afro-baiana, que perceberam nos poucos grupos angoleiros a manutenção dos elementos da capoeira trazidos pelos africanos de origem banto.

Bibliografia

Rosângela Costa Araújo. Sou discípulo que aprende, meu mestre me deu lição: tradição e educação entre os angoleiros bahianos (anos 80 e 90). Dissertação (Mestrado). São Paulo: Faculdade de Educação/USP, 1999.

Fonte: www.nzinga.org.br

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